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(Resenha) O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë


Sinopse:  Na fazenda chamada Morro dos Ventos Uivantes nasce uma paixão devastadora entre Heathcliff e Catherine, amigos de infância e cruelmente separados pelo destino. Mas a união do casal é mais forte do que qualquer tormenta: um amor proibido que deixará rastros de ira e vingança. "Meu amor por Heathcliff é como uma rocha eterna. Eu sou Heathcliff", diz a apaixonada Cathy. O único romance escrito por Emily Brontë e uma das histórias de amor mais belas de todos os tempos, O morro dos ventos uivantes é um clássico da literatura inglesa e tornou-se o livro favorito de milhares de pessoas.


Resenha: 

Sim! Eu leio livros clássicos. Bem, li "O Morro dos Ventos Uivantes" há mais ou menos dois anos (E só agora você faz a resenha?!).
Sim! É que eu trabalho em passo de tartaruga (Brincadeira).
Decidi fazer a resenha só agora por causa de uma coisa que li no Facebook ontem (Vou falar sobre isso no final da resenha, com o título: Momento Chilique).

"O Morro dos Ventos Uivantes" conta a história de amor, ira, vingança e obsessão entre Heathcliff e Catherine.
Heathcliff é um garoto órfão "adotado" pelo Sr. Hareton Earnshaw dono da propriedade chamada "Morro dos Ventos Uivantes). O Sr. Earnshaw tem dois filhos, Hindley e Catherine.
Após uma viagem a Liverpool o Sr. Earnshaw retorna para casa com o pequeno Heathcliff, que passa a ser tratado com todo o amor, para o desespero do filho mais velho, que alimenta um ódio mortal pelo órfão.

Enquanto Heathcliff é odiado por Hindley, Catherine desenvolve uma grande amizade pelo rapaz.
Os dois se tornam inseparáveis e aprontam sem parar, para o desespero da governanta, a Sra. Dean.
A amizade deles sofre um abalo quando o Sr. Earnshaw morre e a propriedade passa para seu filho, que vê a oportunidade perfeita de colocar Heathcliff em seu devido lugar... Como um mero empregado.

Mesmo com a implicância do irmão, Catherine continua ao lado do amigo. Até o dia, durante uma brincadeira, Catherine se fere na propriedade vizinha (A Granja dos Tordos) propriedade dos Linton.
Com peso na consciência, os Linton decidem abrigar Catherine na Granja até seu restabelecimento. Mas quando ela retorna para casa é outra garota, muito mais refinada, educada e passa a conviver mais tempo com os filhos dos Linton (Edgar e Isabella) do que com seu amigo de infância.

Com o passar do tempo a amizade entre Catherine e Edgar aumenta, e ao que tudo indica, há grandes possibilidades da amizade evoluir para um noivado. Mas eis que aparece o dilema: Catherine gosta de Edgar. Ele tem nome, berço e com certeza sua família aceitará sem problema o noivado deles, por outro lado, ela não pode negar o amor que sente por Heathcliff, mas ele é pobre, não tem família e não tem bons modos. Em resumo o amor deles é inevitável.

Numa noite enquanto conversava com a governanta da casa, Catherine confessa suas angustias, mas Heathcliff escuta a conversa e a interpreta mal. revoltado como o possível noivado entre sua amada com Edgar, Heathcliff foge sem deixar explicações.

Três anos depois, quando Catherine já está casada, ele retorna. Mas Heathcliff já não é mais um garoto, agora ele é um homem forte e decidido a se vingar de todos que o humilharam no passado.

"O Morro dos Ventos Uivantes" é sempre classificado como uma história de amor, mas pra mim é sobre a vingança de um homem amargurado, que não mede esforços para conseguir o que quer.

O motivo que me faz gostar tanto desse livro e de outros clássicos escritos por mulheres, é devido ao fato que escritoras não podiam publicar suas obras com seus nomes verdadeiros. 
A própria Emily Brontë publicou seu trabalho usando o pseudônimo de Ellis Bell, já que tinha medo de não ser levada a sério por ser mulher. Tanto que quando descobriram que o autor de "O Morro dos Ventos Uivantes" era uma mulher, as pessoas ficaram escandalizadas, pois como uma mulher tinha a audácia de escrever um livro sobre um amor tão obsessivo e vingativo. Afinal, as escritoras do século XIX só podiam escrever sobre moças que procuravam um bom casamento e eram felizes para sempre.

Se depois dessa resenha você decidir ler o livro, um aviso:
A linguagem é clássica e é preciso ler com atenção, calma e sem pressa. E principalmente tenha paciência, pois o livro é um pouco parado, mas quando Heathcliff volta e começa sua vingança, a história ganha vida.

Skoob do livro: http://www.skoob.com.br/livro/110-o-morro-dos-ventos-uivantes


Momento Chilique:

Agora vou criticar uma coisa que li num grupo no Facebook (O motivo de eu fazer a resenha).

Vejo muitos colegas autores criticando o trabalho dos outros apenas por criticar.
Há uma semana fiz uma resenha para o livro "Ser Clara" da autora Janaína Rico. Quem quiser conferir clique  AQUI

Como uma forma de divulgar o trabalho de outros colegas autores, eu costumo compartilhar os links das resenhas em tudo quanto é buraco. Então divulguei num grupo do qual faço parte no Facebook.
E então surgiu o tema que hoje em dia os livros como o da Janaína e tantas outras, que escrevem para o publico feminino, tem uma trama vazia e de linguagem de fácil entendimento.

Eu fui uma pessoa que fugiu de livros até os 24 anos, até conhecer a Série Harry Potter. E agradeço do fundo do meu coração peludo ao meu ex-namorado por ter insistido.
Hoje eu leio de tudo: Do clássico ao Esdruxulo (Esdruxulo = Fics no Nyah que não dá pra saber quem está falando o quê).

Mas hoje eu só tenho SACO para isso, porque aprendi a ler com livros de trama "vazia" e de linguagem fácil.

Agora é o momento maldoso: Eu gosto de "O Morro dos Ventos Uivantes", mas se analisarmos de modo cruel. Emily Brontë usa elementos muito fáceis de encontrarmos nos livros chick-lit de hoje. Como por exemplo: Uma protagonista que não dá a mínima para os sentimentos alheios, tem um amor doentio, não tem amor próprio e fica deslumbrada com dinheiro.
Ela também usa o elemento triangulo amoroso. Um dos caras é o poderoso e outro o cachorrinho obediente.

Agora eu fico na dúvida "Será que livros como "O Morro dos Ventos Uivantes" só são idolatrados por que o autor morreu?
Confesso que tenho essa desconfiança. Porque eu percebo... O povo gosta de idolatrar um artista póstumo.
Quando o artista tá vivinho da silva, o povo tá cagando e andando, mas é só ele morrer que vira um gênio.

E quanto ao assunto da linguagem fácil... Gente, nós não estamos mais no século XIX. O nosso próprio idioma já sofreu várias alterações na escrita e gramática. E eu acho que alguns autores preferem escrever numa linguagem mais fácil, justamente para trazer os idiotas (Como eu fui) para o mundo dos livros.

E antes que haja confusão. O comentário não foi feito no grupo "Escritores Brasileiros", foi em outro grupo onde há um escritor que anda com raiva de tudo e todos, porque ele não vende nenhum livro.
E se o cidadão ler isso, um recado:

Eu leio de tudo, não sou uma retardada ou preconceituosa. Se você está frustrado não desconte em quem está quieto. Porque ninguém tem o direito de dizer que só faço resenhas de livros com tramas vazias, assim como meu blog.

Agora que já desabafei... Fui!!

Comentários

  1. Oi, Catalina.
    Gosto muito de ler suas resenhas, com esses momentos chiliquentos :)

    Bom, no seu momento maldoso, achei bastante precipitado você comparar um clássico de primeira grandeza com chick-lits apenas por terem elementos em comum. Uma calça vagabunda de camelô têm pontos em comum com a calça mais cara e bem-acabada do mundo (ambas têm bolsos, botão etc.). Mas isso não faz com que os dois produtos tenham qualidades comparáveis. A calça mais cara é melhor cortada e costurada, mais resistente, traz bolsos mais bem planejados e bonitos etc. O mesmo, claro, acontece com os livros. Na minha opinião, chega a ser sacrilégio comparar O Morro dos Ventos Uivantes com qualquer chick-lit do planeta. Isso é o mesmo que comparar a magistral Nona Sinfonia de Beethoven com qualquer pagode já composto. Aliás, a Nona e os pagodes também têm pontos em comum, o que nada significa para sequer cogitarmos uma comparação.

    Também não concordo com sua opinião de que as pessoas valorizam O Morro dos Ventos Uivantes só por ele ser um livro antigo. Na época de Brontë, muitos e muitos livros medíocres foram escritos por autores diversos. Onde estão esses livros? Alguém os valoriza só porque são antigos? Claro que não! Ninguém nem fala deles! O Morro dos Ventos Uiventes não é lembrado e ovacionado por ser antigo, mas por ser uma obra-prima.

    Como eu disse na última postagem que deixei em seu blog, acho que os livros bobinhos têm sua função, que é preparar o leitor para voos mais altos. Mas é só! É claro que essas obras não têm o chamado “valor literário”, por mais que vendam milhões, bilhões ou trilhões de cópias. Elas jamais ganharão um prêmio respeitado, a consideração de acadêmicos sérios (mesmo que estes não tenham nenhum preconceito quanto a estilos) ou entrarão para a história (podem entrar até por outros motivos, mas não pela qualidade).

    Veja abaixo um trecho do livro vencedor da primeira edição do Prêmio Benvirá. Note a prosa maravilhosa do autor e a revisão impecável. Isso, sim (na minha opinião), é uma literatura que podemos começar a pensar em comparar com os clássicos. Não foi à toa que o livro papou um bom prêmio em dinheiro. O link: http://www.benvira.com.br/premioBenvira/pdf/amostra_nihonjin.pdf

    Desculpe o meu momento chilique :)
    Bjs.

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  2. Concordo plenamente com que o Sergio Carmach disse. Eu adoooro ler, e como vc Catalina, leio de tudo, não vou dizer que não tenho preconceitos, claro que tenho, todos têm, e também tenho as minhas preferencias. Eu gosto da literatura fácil, ou, em palavras mais duras, "pobres", mas estes realmente somente nos preparam para saltos mais altos. Os bons livros mesmos, esses são densos, de linguagem e construções rebuscadas. Não concordo que a nova era "vocabular" que vivemos seja desculpa para que escritores profissionais passem a adortar os sistema de "calças de camelo".
    Agora vem a parte dos meus preconceitos. Eu gosto de classificar os livros em infantis, teens, e adultos, não telo conteúdo, mas especialmente por causa do nível de rebuscamento da construção literária, sendo o livro teen justamente aqueles de linguagem fácil e de construções "pobres", que servem para atrair o público jovem para o gosto da leitura (ex. Crepúsculo). Vale ressaltar que esse minha classificação não significa que um livro é bom ou ruim, aí já é outra história.

    Gostei do blog.

    Bjos

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  3. Estou lendo o livro atualmente e digo estou chocada. Até esse momento julgava estar preparada para qualquer tipo de livro. Dos mais simples aos complexos, porém me enganei não consegui até agora encontrar nenhuma definição ou opinião para esse livro. Ao contrário de você minha paixão por livros nasceu comigo desde os 5 anos e com 8 já lia livro para adultos. Leio em média 300 livros por ano (é assustador sou viciada em livros desde criança). O morro dos ventos uivantes me surpreendeu por isso ele é considerado um dos melhores livros. Ele te surpreende e mexe com sua imaginação e sentimentos é um livro capaz de abalar suas estruturas. Ano que vem o lerei novamente e espero eu que possa construir uma crítica referente ao assunto.

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